Participação 2010/2019

O aprofundamento da crise económica e financeira conduz à intervenção externa. Em 2011 é assinado o memorando de entendimento entre o Governo e a Troika. O País vive um período muito difícil de ajustamento, marcado pela desvalorização interna do fator trabalho e por elevados níveis de desemprego. O IEFP intervém, em várias frentes, contribuindo para minimizar o impacto da crise nas pessoas, nas famílias e nas empresas.

Criam-se ou reformulam-se medidas de promoção do emprego para jovens e adultos para responder ao desemprego crescente, que chegou a atingir, em 2013, um nível sem precedentes. É aprovado o Plano Nacional de Implementação de uma Garantia Jovem, na sequência de uma Recomendação do Conselho, para responder ao agravamento da situação do desemprego jovem. Incentiva-se a formação profissional, designadamente através da medida Vida Ativa, com o objetivo de manter em atividade as pessoas desempregadas, melhorando os seus conhecimentos e competências e facilitando a sua reinserção profissional. Os fundos comunitários revelaram-se essenciais para atenuar os efeitos da crise sobre a coesão social e territorial do País.

A recuperação da crise trouxe outros e novos desafios ao IEFP. O desemprego iniciou uma rota decrescente sustentável, atingindo os níveis mais baixos da democracia. Porém, é urgente continuar a formar as pessoas, desempregadas ou empregadas, e a certificar as competências dos trabalhadores sem qualificação formal. Para tanto, é lançado o Programa Qualifica que reúne um conjunto de instrumentos destinados ao reforço das qualificações dos adultos e ao seu reconhecimento pelo mercado de trabalho. O IEFP é chamado a prover novas competências, das soft skills às competências digitais.   

Reforça-se a ligação às empresas e o IEFP renova o seu papel no mercado de trabalho enquanto mediador entre a oferta e a procura, atuando no desígnio de captação de investimento estrangeiro para criação de empresas e de emprego no país. Promover o emprego estável e digno e combater a precariedade, adaptando para esse fim as medidas e apoios à contratação e ao emprego, tem constituído um objetivo maior dos últimos anos.

A atenção aos públicos socialmente mais vulneráveis tem sido uma constante da missão do IEFP, que se materializa em majorações dos apoios das medidas de emprego. Essa discriminação positiva ocorre por vezes em favor de territórios desfavorecidos ou em risco de despovoamento, ou em situações de sub-representação de género em determinada profissão, numa lógica de promoção da igualdade e da não discriminação.

Com uma longa tradição nos Campeonatos Internacionais das Profissões, de que Portugal foi país fundador em 1950, o IEFP é membro ativo da WorldSkills Europe e da Worldskills International. Nestes 74 anos de presença ininterrupta, 777 jovens portugueses participaram nas competições internacionais, trazendo para casa cerca de 280 medalhas, o que revela bem a qualidade da nossa formação profissional. O IEFP organiza os campeonatos nacionais das profissões, onde são selecionados os participantes para as competições internacionais e assume a representação portuguesa nas mesmas.

Sempre precursor da modernização administrativa, o IEFP põe em marcha a medida Simplex + designada Balcão Único do Emprego. É assim reforçado o canal on-line, com a criação do IEFPonline, passando a estar disponíveis em modo digital novos serviços de emprego e formação profissional dirigidos às pessoas e às empresas. No mesmo sentido, é reforçado o canal presencial, com a criação de novas metodologias de atuação dos serviços de emprego e o novo modelo de acompanhamento personalizado para o emprego. A plataforma Eures, que permite a ligação ao mercado de trabalho europeu e o Vi@s, portal da orientação profissional, sedimentaram-se, constituindo poderosos instrumentos de atuação.

Foto: Formação para a indústria aeronáutica, Évora, 2019. Fotografia de José Carlos Garcia, GCRE.

 

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